domingo, 2 de março de 2008

"Que eu tô voltando..."


O fim de semana passou inteiro, me dando a sensação que tivesse sido um mês. Ao mesmo tempo que nem de longe fiz todas as coisas que eu planejei colocar em dia.

Fiquei trancada em casa com minhas músicas, meus livros, minhas idéias. E para que nenhuma pudesse fugir de mim, fechei as janelas, desliguei o computador, tirei o telefone do gancho, deixei o celular sem bateria... Deu certo. Elas não fugiram, mas também (não sei se por falta de interação rs) não modificaram muito, não dançaram na cabeça alheia, não sorriram (só choraram), não me ajudaram, não me deixaram escrever poemas, nem se aprimoraram rs. Ou seja, elas não me fizeram boa companhia rs.

A necessidade que tenho das palavras me fez ligar, ao menos hoje, o meu computador para ver o meu cantinho (que é aqui !)... Não sei se pelo que escutei ou se pelo que li, senti falta de mim de volta... Aquela eu difícil de se abalar...rs. Aquela que ri dos próprios infortúnios, que ri até em hora que não pode. Acho que aquela, e não essa aqui, é que pode reverter toda situação que me encontro. Experiências anteriores me provam que tenho mais força do que eu mesma possa imaginar e não será uma desilusão ou um mal antigo que cresce dentro de mim (e que dói de vez em quando) que me derrubarão. Isso não.

Entre os meus guardados encontrei um livreto meu de poemas... Como eu ri da minha ingenuidade: a capa era feita de uma cartolina com palavras nitidamente feitas com aquela régua que tem o alfabeto (tipo fôrmas né). O que tava escrito na capa? rs. O meu nome completo e um título bem "batido": Amor poético (acho que hoje eu não entitularia um livro meu de poemas assim rs). Não há desenhos (na capa). Ela é revestida com um papel contact transparente que por dentro é cheio de raspas de giz de cera e lápis de cor (bem coloridos), bem abstrato. Dentro há 8 poemas datilografados rs (na minha boa e velha máquina de escrever elétrica, que ainda tenho até hoje como já disse outro dia) e ilustrados por mim com giz de cera. Alguns poemas falavam sobre o nordeste e sua seca, há um sobre o Ayrton Senna, outro sobre natureza, mais um sobre a vida e assim por diante... O livreto não vale pela sua apresentação ou pela qualidade infantil dos poemas e sim pela ousadia nele impressa, na tentativa e iniciativa própria de correr atrás de um desejo.

Gostosa essa descoberta. É um misto de saudade do que já fui e uma admiração de quanto já cresci (e como foi rápido rs) e amadureci (em alguns assuntos admito que posso ter regredido rs...).

O lado bom de ser uma desvairada desorganizada (tanto na minha vida sentimental quanto material - não venham no meu quarto hoje rs, está um caos) é achar esses escritos que vou encontrando em velhos livros e pastas. Geralmente estou procurando algo na bagunça deste pobre quarto e quando encontro algum escrito meu antigo até esqueço o que procurava...rs. É sempre bom parar e comparar os pensamentos antigos com os novos, confrontá-los ou reafirmá-los.

Esqueci até que estava triste. Não reparei nem mesmo que estava com cara de choro rs. Passou como se tivesse encontrado uma varinha de condão para curar minha tristeza, ao menos nesse momento.
Melhorei ainda mais quando vi alguns recadinhos para mim aqui e lhes devolvo um recadinho meu: como podem ser meus leitores? rs Mesmo assim agradeço a companhia e as palavras. Elas me comprovam que ainda estou viva, apesar de não estar "vivendo".

Sim, pode ser um exagero. Mas se para Descartes a idéia de existir está totalmente associada à idéia de pensar - utilizando a mesma analogia posso dizer que: Escrevo, logo vivo.

(...) A vida é
O perder e o ganhar

O esconder e o achar
De corações

Atrás de rostos na multidão...


(pedacinho de A vida , do meu livreto rsrsrs)


Desejo uma linda semana para todos nós.
Um beijo!
Inté!

Um comentário:

Anônimo disse...

Adoro me "esconder" em casa... Principalmente quando estou "em crise"!!!! Como nestes tempos!