domingo, 2 de dezembro de 2007

Primeiro Devaneio


Para alguns, escrever é algo sacrificante, chato, inútil, doloroso. Entretanto, para outros como eu, é algo essencial como respirar. Gosto de divagar minhas idéias no papel, na tela do computador, nas letras de músicas tal como as meninas que dão vida às bonecas em suas brincadeiras. Pensar, repensar, pensar de outra forma, dizer, "desdizer" e contradizer os pensamentos que vagam nossa mente constantemente.

Além dessa necessidade natural, escrever é meu refúgio nas noites de insônia. Enquanto todos dormem, minha cabeça fica maquinando, deglutinando os acontecimentos do cotidiano, próprios, alheios, reais ou imaginários.

Designar nomes às coisas, às pessoas, requer responsabilidade. Aquele que nomeia ao realizá-lo, dá não só um nome, mas, através desse nome, atribui também uma ideologia. Fiquei alguns minutos parada pensando em um nome. É muito difí­cil, mesmo para quem não tem pretensão de nada, nem de público. Como designar um espaço público em que devo expor pensamentos muito privados, mascarados por um "nick"? Difí­cil questão...

Então vaguei entre Nietzsche, Cazuza, Antoine de Saint-Exupéry, Augusto dos Anjos, Franz Kafka, Mário de Andrade... isso! Por que não recordar das contradições de Paulicéia Desvairada, que constituiu uma notável multiplicação de olhares e de perspectivas a respeito de São Paulo? Embora seja carioquíssima, a maneira que Mário caracteriza a cidade é fascinante e me recorda muito alguns escritos meus. Nenhuma das suas visões é a definitiva, não há uma conclusão, não há a última palavra do poeta, aquela que consagraria ou impugnaria a modernidade paulistana. Tudo é ambivalente e movediço. E é exatamente por causa desta indefinição entre o amor e a repulsa, entre a ironia e a percepção do novo que alguns poemas de Paulicéia desvairada traduzem "paradoxalmente" a essência calidoscópica, complexa e cheia de metamorfoses da mais importante metrópole do paí­s.

Eis que então me surgiu o nome que leva este reles blog: Blogcéia Desavairada. Um brincadeira referente ao estilo dos poemas de Mário de Andrade e ao mesmo tempo, uma tosca - mas sincera- homenagem ao poeta do modernismo de 1922.

Retornando ao iní­cio, caso haja algum leitor que tenha perdido o olhar nestas linhas, não espere grande coisa ou idéias de alguém que quer fazer média, pois se há uma coisa que não vale a pena é isto: "fazer média"! Nem para si, nem para os outros! Como diria aquela música (se não me engano escutei na voz da Paula Toller, do Kid Abelha): "os outros são os outros e só"....rsrsrsrs (marcas de oralidade são impossí­veis de não serem escritas, sorry!).

That´s its!
Kisses, kisses, kisses (3 vezes, como dizemos nós cariocas, para casar um dia, quem sabe!)

Um comentário:

Maurício disse...

eu gosto de escrever
e gosto muuto de ler também
achei tri teu blog