segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

O amor é uma fratura exposta



Independente da classe social, cultural, financeira, do nível de instrução, sexo e preferências sexuais - há uma triste conscidência entre todos nós, homens mortais: ninguém é tão esperto que não seja leigo sobre o amor.

Estamos perdidos no mundo sentimental, uma vez que somos condicionados pela sociedade capitalista a medir, pesar e ver sob o olhar racional e lógico. Necessitamos que cada coisa tenha seu lugar, o seu propósito, sua função. Olhamos enviezados as atitudes oriundas da emoção, achamos graça das declarações de amor - quando na realidade oculta de cada um de nós, invejamos os audaciosos autores dessas ações de cunho amoroso.

O instinto natural do ser (racional ou irracional) é defender-se daquilo que não conhece, não há a busca da compreensão do desconhecido. Portanto, nós, homens comuns, mãos de obra da sociedade capitalista - não conhecemos o inteligível mundo dos sentimentos, dos sentidos e nem nos debruçamos a contemplá-los, nem nos inserimos nele. Como se nos poupássemos da experimentação em detrimento do não sofrimento... sofrimento que conhecemos não pela vivência e, sim, através dos cantos dos poetas. Coisa bem pequena, mesquinha. Bem típica do ser - egoísta - homem.

Enfim, que nos libertemos para os sentidos! Para as experimentações das sensações, dos sentimentos. Não pagaremos nem um centavo a mais em nossos impostos para tal. Não devemos levar tão à sério a equivalência do amor ao fogo, como nos sugere Camões ("O amor é fogo que arde sem se ver"). Deixe-se consumir pelo amor tal como o papel pelo fogo, visto que não vamos exaurir, nem nos acabarmos por viver o amor, mesmo que haja o término do mesmo. O homem é um ser pleno para viver quantos amores e desabores forem cabíveis para realizar-se plenamente.


Até mais!

Only one kiss!

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